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Desordens Temporomandibulares

Mulher com dor que toca o maxilar

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Desordens Temporomandibulares é um artigo realizado em base ao TCC de Carla Matheus Lopes que antes de mais nada cedeu gentilmente seus estudos para a realização do mesmo.

O TCC foi realizado ademais por Andréa Carmen Guimarães e Laila Cristina Moreira Damázio

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Intervençōes fisioterapêuticas nas cefaléias tensionais causadas por desordem temporomandibular: resumo


A cefaléia consiste em dor de forma aguda na cabeça.

A cefaléia ocorre não apenas em qualquer parte como também no todo, e tem a classificação de primária, quando a dor é o próprio motivo ou secundária quando a mesma é derivada de um problema.

Já a cefaléia do tipo tensional é a mais presente na maioria das queixas da população. Inegavelmente uma de suas causas está ligada às Disfunções ou desordens Temporomandibulares (DTM´s).

O presente trabalho visa investigar intervenções fisioterapêuticas aplicadas no tratamento de cefaléias ocorridas em princípio devido a disfunção temporomandibular (DTM). Diversos autores abordam a cefaléia como a dor que mais limita os trabalhadores.

Com toda a certeza é o resultado de distorção, inflamação, estiramento ou destruição de alguma das estruturas nervosas que apresentam sensibilidade à dor.

Mulher com dor mandibular

O que são Desordens Temporomandibulares?

São um conjunto de situações dolorosas.

Muitas vezes essas situaçōes dolorosas são disfuncionais envolvendo os músculos que compõem a mastigação bem como as articulações temporomandibulares (ATM´s). Possuem ademais caráter multifatorial.

Os sintomas mais comuns da DTM, são:

  • Dor intra-articular,
  • Ademais de dor ou até mesmo zumbido no ouvido,
  • Dor excessiva ao abrir ou fechar a boca,
  • Inegavelmente temos a dor com irradiação no pescoço
  • E ademais a mais presente de todas: as cefaléias

Principais tratamentos para Desordens Temporomandibulares

Queremos citar aqui principalmente a massoterapia.

É uma técnicaque auxilia em diversos casos de dores musculares, ajuda ademais no suporte para melhoria da circulação e do metabolismo.

A terapia manual propicia melhora e restauração da mobilidade dos tecidos cranianos equilibrando a tensão membranosa, melhorando o fluxo sanguíneo, reduzindo a compressão neural e por conseguinte a dor.

Assim as técnicas de terapias manuais são inegavelmente de grande importância no auxílio da redução e até mesmo da remissão do quadro doloroso dos pacientes.

Doutor analizando raio x de mandíbula

Introdução ao tema “Cefaléias e Desordens Temporomandibulares”

A cefaléia consiste em dor de forma aguda na cabeça, que pode ocorrer em
qualquer parte ou no todo, sendo incomoda e frequente, levantando assim um sinal de alerta visto que a mesma pode ser consequência de outros problemas de maior gravidade ou até mesmo não tão grave.

Conforme citado por Gomes (2006) consiste em uma manifestação dolorosa do segmento cefálico muito comum.

Por sua vez Rabello (2000) nos aponta que durante o decorrer da vida, no que tange a população em geral, a presença da cefaleia chega a ser surpreendentemente maior que 90% dos diagnósticos nos consultórios neurológicos.

Como podemos classificar as cefaléias?

Como a mesma apresenta-se de diversas formas (e variados sintomas), em 1998 a Sociedade Internacional de Cefaléias (IHS), as classificou portanto em primária e secundária levando em consideração as suas causas.

Cefaléias primárias:

É quando a dor é o próprio motivo. Entre eles enquadram-se:

  • Em primeiro lugar a enxaqueca (migrânea) com e sem aura,
  • Já em segundo lugar a cefaleia em salvas,
  • A cefaleia do tipo tensional episódica
  • E por último (mas não por isso menos importante) a cefaleia do tipo tensional crônica

As últimas são de maior constância em uma variante de 30% a 78% considerando o todo da população, ocorrendo maior incidência nas mulheres: 90%

Na população masculina existe a porcentagem de 67%.

Cefaléias secundárias:

Por analogia, secundária é quando a mesma é derivada de um problema com associação de outras doenças, como a cefaleia derivada da sinusite (Krymchantowsk, 2001; Speciali, 1997; Garanhani, 2003).

Queremos enfatizar aqui a Cefaléia secundária do tipo tensional:

A cefaléia do tipo tensional (CTT) é a mais presente na maioria das queixas da população e por vezes uma de suas causas está ligada às DTM´s (Desordens Temporomandibulares), visto que essa é uma das maiores causas de grande parte das dores orofaciais apresentadas pelo indivíduo.

Apesar de haver pouco material sobre essa associação, atualmente muito tem se buscado e observado na ligação dessas duas condições.
A ATM é uma junção entre o osso temporal e a mandíbula, de tipagem sinovial, inter-relacionada de forma anatômica e cinesiológica às articulações adjacentes e a coluna cervical.

Estando em constante movimento durante o dia, tal articulação não suporta sobrecarga, porém devido ao seu uso acentuado, com 2000 movimentos aproximadamente ao longo de todo o dia, ela também está mais suscetível a disfunções das quais podemos citar como uma das principais, a DTM.

Isso gera um desequilíbrio dinâmico de toda a estrutura do complexo, com uma sintomática diversificada nas quais podemos enquadrar a princípio:

  • Dor muscular na mastigação,
  • Zumbido,
  • Exaustão,
  • Limitação da abertura da boca,
  • Dor facial,
  • Otalgia,
  • Ademais de limitação funcional
  • E até mesmo a cefaléia.

Nosso objetivo com o artigo de Cefaléias e Desordens Temporomandibulares:

O presente artigo visa investigar sobretudo as intervenções fisioterapêuticas aplicadas no tratamento de cefaléias ocorridas devido a DTM buscando através de revisão de literatura, elucidar sobre intervenções que auxiliem a aliviar as dores ocorridas nessa região.

esqueleto com dor mandibular

Revisão da literatura sobre Desordens Temporomandibulares

2.1. Cefaléia: etiologia e fisiopatologia

As cefaléias ou dores de cabeça são atualmente um dos sintomas neurológicos mais presentes na população, acometendo cerca de 90% da população global conforme estudos apontados por Fernandez et. al. (2010).

Atua negativamente e ocasiona limitações nas rotinas do indivíduo, afetando assim seu bem estar, comprometendo sua produtividade e qualidade de vida como nos relatou Morais e Bensenor (2009).

A classificação das cefaléias foram feitas por especialistas?

Sim. Em 1998, a IHS classificou a cefaléia em primária e secundária, conforme suas causas. As primárias quando a dor é o sintoma principal por si só.

Dentre estas enquadram-se primordialmente a migrânea ou enxaqueca, subdividida em com aura e sem aura, cefaleias em salvas e cefaleias tensionais como nos apontou Krymchantowski, (2001).


As cefaléias secundárias como nos apresentou Speciali, (1997), são aquelas
associadas a outras doenças apresentadas em exames clínicos ou laboratoriais, na qual a dor por sua vez seria a consequência de uma infecção ou agressão ao organismo, podendo ser de ordem neurológica ou geral como intoxicações, meningites, encefalites entre outros.

Qual é o tipo de cefaléia mais frequente e o que ocasiona?

A CTT é a mais frequente nos diagnósticos na maioria dos casos, com
caracterização de dor bilateral, constritivo e com intensidade entre leve e moderada.

É diferenciada da migrânea que apresenta características como vômito, aversão a luminosidade e ademais ao som e agravamento quando em estado de atividade física (Bendtsen 2006).
Diversos autores abordam portanto que a cefaléia é a dor que mais limita os trabalhadores.

Inegavelmente causa a redução da produtividade tanto no âmbito profissional como em tarefas domesticas de rotina, “deixando comprometido assim a qualidade de vida e o bem estar do indivíduo” (Magnusson e Carlsson, 1978; Schokker et al., 1990; De Rossi et al., 2005; Morais e Bensenor, 2009).

Só para exemplificar: nos estudos de Bigal et al., (2001) apontam que anualmente o Brasil tem um gasto de 7,5 bilhões de dólares, além dos custos indiretos que não são contabilizados como os prejuízos no trabalho.

Diferença entre cefaléia episódica e crônica:

Para entendermos isso devemos saber primeiramente que a cefaléia geralmente tem sua caracterização como sensação de pressão,
latejante, aperto, pontadas entre outras, geralmente localizada na região frontal, como também occipital e bilateral. Segundo Lacroce et al., (2002) o quadro de cefaleia tem probabilidade de ser resultado de distorção, inflamação, estiramento ou destruição de alguma das estruturas nervosas que apresentam sensibilidade à dor.

Rasmussen e Jensen (1991) elucidou que há duas modalidades de ocorrência da CCT:

Em primeiro lugar está a episódica (CCTE), cujo quadro doloroso acontece em período inferior a 15 dias mensais e , em segundo lugar está a crônica (CCTC) com período superior a 15 dias no mês, em período mínimo de aproximadamente 6 meses.

O grupo de diagnóstico apontado por Rowland (1986) ao qual se enquadra a
CCT, trata como uma das causas mais frequentes; a contração muscular na região cervical, gerada por estresse emocional que atuam nos músculos do pescoço, da face e da cabeça, deixando os portadores inaptos a relaxar.

No estudo de Montal e Guimarães, (2001) foi evidenciado ademais que uma das principais queixas entre os 121 pacientes diagnosticados com DTM foi a cefaleia.

2.2. Correlação entre desordem temporomandibular e cefaléia


A DTM regularmente definida conforme Bove et al., (2005), em um conjunto de situações dolorosas por vezes disfuncionais envolvendo os músculos que compõem a mastigação bem como as articulações temporomandibulares. Considerada como a mais frequente das dores orofaciais, considerando os relatos de Silva et. al. (2011), pontuou a estimativa de 50 a 75% dos indivíduos em geral relatam um sinal ou mais, quando 25% demonstram sintomas associados.

Dores associadas às Desordens Temporomandibulares:


A etiologia da DTM tem caráter multifatorial dos quais englobam problemas
oclusais, lesões traumáticas ou degenerativas da ATM, próteses mal adaptadas, alterações esqueléticas, mastigação unilateral, hábitos orais inadequados e fatores psicoemocionais como o estresse.

Esse problemas geram um desequilíbrio na função do aparelho estomatognático e/ou alterações na biomecânica da ATM, levando a predisposição do indivíduo a sintomas da DTM, tais como:

  • A Dor intra-articular,
  • Dor no ouvido ou até mesmo zumbido,
  • A Dor excessiva provocada principalmente ao abrir ou fechar a boca,
  • Irradiação da dor na extensão do pescoço….
  • E a mais presente nas queixas de pacientes diagnosticados com DTM, as cefaléias (Martins et. al., 2007; Macedo, 2008).
Musculatura do rosto

Como são classificadas as cefaléias:


As cefaléias que são relacionadas à DTM são classificadas conforme IHS
(2004) da seguinte forma:

  • Cefaleia ou dor facial associada com distúrbios do crânio,
  • Pescoço,
  • Desordens da ATM,
  • Músculos mastigatórios
  • Outras estruturas crânio faciais,

Relaçāo entre cefaléias e desordens temporomandibulares: qual a mais frequente?

A CTT (cefaléia do tipo tensional) é a mais frequente, geralmente com características de pressão ou aperto, com uma carga de intensidade entre leve e moderada, sem piora no exercício de atividades rotineiras e/ou exercícios físicos, porém apresentando fotofobia e fonofobia.
Contudo ainda não há muita compreensão e estudos que comprovem a
correlação da DTM com o quadro das cefaleias, mas diversos estudos apontam grande tendência na presença da combinação das mesmas.

Importante: esse estudos sugerem que os casos que apresentam enxaqueca (migrânea) e de CTT são fatores de risco no desenvolvimento ou na agravação da DTM (Ballegaard et al., 2008).

Schiffman et al. (2014) em seus estudos demonstraram que a classificação de cefaleia secundária apresenta-se como dor presente na região temporal sendo secundária a DTM.

Esses estudos demonstram ainda que essa dor tem a replicação provocada pelo sistema de mastigação, enquanto a dor dita orofacial é
apontada com origem muscular que se espalha além da área de palpação, mas no limite muscular.

Relaçāo entre cefaléias e desordens temporomandibulares: que dizem os diversos especialistas?


Em achados clínicos realizados por Requião e Macêdo (2008) foi constatado
nos prontuários de 232 pacientes previamente diagnosticados com DTM ocorrência da cefaléa em 70,25%, onde 74,78% eram em mulheres com a presença de flacidez nos tecidos ocasionada pelos níveis altos de estrogênio.

Segundo estudos de Molina et al. (1997), indivíduos com diagnóstico de DTM
apresentaram frequentemente cefaleia e no estudo de Lund et al. (2002) foi relatado que a hiperatividade do músculo ocasiona a cefaléia e a presença da dor pode causar a hiperatividade tônica.

No estudo de Schokker et al. (1990) constatou-se que os indivíduos com
queixas de DTM dolorosa, apresentavam também cefaleia permanente, além de redução na abertura bucal e problemas na região cervical na extensão do pescoço.

Em relatos de Haley et al. (1993) diversos pacientes que apresentam CTT
apresentavam sinais e/ou também sintomas comuns aos da DTM, com aumento da sensibilidade muscular. Esse aumento da sensibilização central seria por sua vez uma manifestação da neuroplasticidade ocorrida devido à ampliação do potencial sináptico, sabendo-se que essa sensibilização é responsável pela hiperalgesia que pode ser seguida de danos nos tecidos maciços ou lesão a um nervo periférico.

Essa correlação entre cefaléias e desordem temporomandibulares está comprovada?

A correlação entre a presença de dores de cabeça e a DTM não é comprovada cientificamente, apesar de que na maioria das vezes são associadas, como relatou Costa et. al. (2015) em seus estudos sobre a enxaqueca (migrânea).

A CTT e a DTM também são afetadas devido aos processos onde há elevado grau de sensibilidade central e periférica. Isso faz com que se gere uma dificuldade na diferenciação e/ou na associação da patologia das mesmas.

2.3. Tratamentos fisioterapêuticos em casos de desordem temporomandibular e cefaléia do tipo tensional


Um dos principais tratamentos fisioterapêuticos que auxiliam em diversos casos de dores musculares e suporte para melhora da circulação e do metabolismo é a massoterapia.

Segundo Jonas e Levin, (2001) a massagem tem propriedade que amplia a elasticidade e melhora o tônus da pele, alivia dores nas musculaturas bem como as articulares, promove o relaxamento muscular, melhora a circulação sanguínea e linfática, facilita a respiração, melhorando assim o bem estar do paciente, o que propicia uma regulação da função imunológica e reduzindo os hormônios que provocam o estresse.

Liberação miofascial nas desordens temporomandibulares


Dentre as técnicas abrangidas pela massoterapia temos a liberação miofascial (LMF) que auxilia no correto alinhamento corporal, com a capacidade de reduzir a constrição e o quadro álgico sem comprometer a resistência muscular.

Mourad (2005) relata que a realização da LMF deve ser feita com pressões suaves e aplicação de forças de tração a restrições faciais por tempo suficiente até a obtenção da remodelagem do tecido. Essa técnica causa uma reposta vasomotora aumentando o fluxo sanguíneo o que acaba por ampliar os nutrientes e o oxigênio, realinha os planos faciais reestabelecendo o mecanismo sensorial do tecido mole, o que gera um aumento da amplitude do movimento funcional (Oliveira, 2008).

Benefícios da terapia manual nas desordens temporomandibulares

A terapia manual propicia melhora quanto a restauração da mobilidade dos
tecidos cranianos equilibrando a tensão membranosa, melhorando o fluxo sanguíneo, reduzindo a compressão neural e a dor (Pires et. al., 2003). Ribeiro (2006) relata que as técnicas de massagens manuais deverão ter um aumento progressivo da tensão em grupos musculares com a finalidade da indução da redução da tensão muscular presente.

RPG nas desordens temporomandibulares

No estudo de Carlsson et al. (2001) foi observado a utilização de exercícios
terapêuticos com a associação da reeducação postural onde pode constatar que esses procedimentos demonstraram redução da síndrome dolorosa miofascial e DTM miogênica.
A DTM tem possibilidade de ser associada à anteriorização da cabeça, assim
sendo, os exercícios para correções posturais e alongamentos contribuem para a diminuição dos sintomas dentre os quais se encontra a CTT e a migrânea (Augustine et al. 2008).

Placa miorelaxante e desordens temporomandibulares

Outro tratamento fisioterapêutico para os casos de CTT associada a DTM é o
da placa miorrelaxante associada aos exercícios terapêuticos que promovem diminuição das dores e da disfunção (Magnusson et al., 2002). Sato et al., (2008) constataram diminuição da cefaleia e da intensidade da dor quando tratados com placa miorrelaxante e exercícios por dois anos.

Liberação de pontos gatilhos e desordens temporomandibulares

No estudo de Arenhart et al., (2013) foi utilizado como tratamento da
subluxação da ATM os exercícios para alívio da dor, como liberação dos pontos de gatilhos e alongamentos dos músculos masseteres, como também os pterigoideos laterais e mediais com a finalidade de aliviar o quadro álgico, estimulação elétrica transcutânea (TENS), relaxamento e exercícios de fortalecimento muscular.

TENS e desordens temporomandibulares

Rodrigues et al., (2008) no tratamento da DTM utilizara m para a redução
das dores a TENS, visto que, com a estimulação de baixa frequência obtêm-se um aumento da circulação sanguínea local que por conseguinte auxiliou na redução das dores de cabeça. Também foi utilizado o laser para relaxamento e diminuição da dor gerado pelo aumento na produção de endorfinas.

Massagem terapêutica e desordens temporomandibulares

Tratando-se da massagem terapêutica para desativação de pontos de gatilhos miofasciais, Moraska e Chandler, (2008) em suas análises científicas observaram a redução da frequência e da intensidade da dor e a melhora dos aspectos físicos, mentais e a vitalidade dos indivíduos.

Pequena conclusão sobre as técnicas mais utilizadas para tratar desordens temporomandibulares:


Assim, verificou-se que nos estudos que relatam sobre os efeitos benéficos da terapia manual no tratamento da CTT existem pouco embasamento científico sobre as técnicas mais utilizadas e as formas de utilizá-las mas todas apresentam efeitos benéficos.

Análises e resultados de artigos de pacientes com desordens temporomandibulares.

Foram analisados 21 artigos tratando a problemática proposta, sendo deles revisões de literatura e 11 de estudos de casos, dentre os estudos observados pode-se compreender que as causas que correlacionam a CTT e a DTM não são bem delimitadas pela literatura e que os diversos estudos encontrados, em sua maioria ainda em língua inglesa, demonstram que ainda há muito o que ser aprofundado neste tema.

Desordens temporomandibulares e dor:

Contudo pode-se observar que a fisiopatologia das dores apresentadas
possuem uma afinidade relevante quanto suas causas.

Pode ser pontuado que a DTM causa, em sua extensão, quadros de dores cervicais e na musculatura orofacial que por sua vez ampliam as probabilidades do aparecimento das cefaleias do tipo primária, como a migrânea (enxaqueca) e a CTT, que quando não tratada devidamente acabam cronificando-se.

As mulheres apresentam mais incidências de casos?

Sim. Especialistas relatam também maior presença desse quadro em mulheres, principalmente na faixa etária de 20 a 45 anos, devido a flacidez existente nos tecidos, relacionado ao nível elevado de estrogênio e a composição articular ser mais flexível.

Essa dor provocada por desordens temporomandibulares pode levar à quadros de stress?

Sim. Schokker et. al., (1990) relatam que os indivíduos com DTM apresentam cefaleia permanente, dores na abertura bucal e extensão da coluna cervical. Por sua vez Ballegaard et. al. (2008) observaram uma incapacidade relevante nos indivíduos com diagnóstico de DTM que apresentaram cefaleia associada, conforme a tendência da cronificação da dor, apresentando alto risco aos pacientes.

Tendo como base complementar os achados de Mongini et. al., (2004) aos quais mostraram altos índices depressivos, estresse e ansiedade, motivados pela mesma cronificação das cefaleias nos indivíduos com relatos de DTM.

Otros fatores podem levar a piorar a cefaléia…

Rossi et. al., (2005) relatou que demais fatores associados a DTM, tais como o apressamento dentário diurno e bruxismo durante o sono, levavam à liberação de serotonina e norepinefrina, e ampliavam uma sequência de inflamações que por sua vez causavam a piora de cefaleias já existentes, tal como a enxaqueca e contribuíam para a generalização da tensão muscular.

Molina et. al., (1997) apontou que a tensão psicológica, mal oclusão, hiperatividade muscular, fatores sistêmicos, endócrinos, locais, postura anormal do pescoço e cabeça, poderiam ser favoráveis ao aparecimento da DTM tal como a evolução do quadro de dores cefálicas.

Até mesmo algo em sua rotina diária pode estar influenciando o aumento da cefaléia….

Segundo Jensen, (2001) relatou que por sua vez a presença da dor não pode
ser compreendida apenas na observância dos mecanismos envolvidos na lesão, como o modelo cognitivo-comportamental sugere, visto que tanto os fatores cognitivos, como expectativa e memória; quanto os comportamentais, como ambiente de interação quer seja o social, quanto o profissional e até mesmo as atividades de rotina, interferem nos estímulos nocivos. Assim sendo, os mecanismos tanto inibitórios quanto
excitatórios modulam as respostas intrínsecas de transmissão da dor.

Buscou-se investigar também tipos de tratamentos fisioterapêuticos mais
utilizados especificamente nesses quatros clínicos.

Nesse quadro clínicos pode-se encontrar de forma consonante abordada por diversos autores que as técnicas de terapias manuais são sem dúvida de grande importância no auxílio da redução e até mesmo da remissão do quadro doloroso dos pacientes, tanto na presença de cefaleias intermitentes quanto nos casos crônicos.

Discussão geral sobre cefaléias e desordens temporomandibulares

Diversos autores em seus estudos e achados apontam a cefaleia como um dos sintomas mais presentes em pacientes diagnosticados com DTM ao mesmo tempo que destacam principalmente a migrânea (enxaqueca) e a CTT (Magnusson e Carlsson, 1978; Schokker et al., 1990; De Rossi et al., 2005).

Fisioterapia nas desordens temporomandibulares

A fisioterapia entra como fator principal no que tange o tratamento de desordem temporomandibulares, quer sejam associados ou não.

O uso da terapia manual apresenta significativa melhora e por vezes a anulação do quadro doloroso, restaurando a mobilidade dos tecidos cranianos e ademais permitindo um equilíbrio da tensão das membranas gerada pelos mecanismos homeostáticos, reduzindo a compressão neural, com uma melhora do fluxo sanguíneo e assim aliviando a dor (Pires et. al., 2003).

Quais técnicas fisioterapêuticas podem ajudar nas desordens temporomandibulares?

Dentre as diversas técnicas fisioterapêuticas citadas para aplicações nos
pacientes que possuam diagnóstico de cefaleia e DTM, encontramos a massoterapia, exercícios para o fortalecimento craniocervical, a reeducação postural, técnicas de relaxamento e alongamento como também as mobilizações passivas (Santos et al., 2008).

Torelli et al., (2004) por sua vez, apresenta estudos onde mostra uma redução significativa em dias a sintomatologia dos pacientes que sequenciaram tratamentos fisioterápicos com base em relaxamentos musculares e alongamentos.

Benefícios da massagem nas desordens temporomandibulares.

Relatando os benefícios da massagem na estabilização do quadro geral de dor da DTM e da cefaleia, Jonas e Levin, (2001) concluiu que a massagem age no sistema completo, abrangendo desde o metabolismo até a circulação, passando por melhora das dores musculares, aliviando a pressão, propiciando maior elasticidade e o tônus
da pele, além de gerar bem estar, o que faz com que haja diminuição dos níveis hormonais de estresse e melhorando por sua vez a função imunológica.

Quais as melhores técnicas de fisioterapia manual para as desordens temporomandibulares?

Dentre as técnicas analisadas destacou-se a liberação miofascial, com técnicas de suave pressão e com aumento gradativo.

A liberação miofascial apresenta melhora já a curto prazo em diversos pacientes, devido sua ação ser direta nos pontos gatilhos da dor, oferecendo avanço tanto no quadro da cefaleia quanto da DTM.

Tudo isso principalmente por melhorar o fluxo sanguíneo, remodelar o tecido, gerar amplitude de movimento, reduzindo a tensão muscular facial, como também a compressão nervosa, relaxando assim os tecidos moles relacionados.

Algumas técnicas aliadas que também proporcionaram
melhora nos quadros álgicos da dor, foram técnicas de alongamento e relaxamento, reeducação postural e fortalecimento muscular.

Outras técnicas ainda foram experimentadas como a TENS, mas com abordagem ainda pobre dos benefícios causados e com grande discordância entre diversos autores autores, devido ao desconforto apresentado por alguns pacientes submetidos a este procedimento, além do mesmo apresentar alívio momentâneo e pouco ou quase nenhum efeito a médio e
longo prazo.

Benefícios da liberação miofascial:

Apresentando grandes resultados no que tange a diminuição da dor a liberação miofascial, que segundo Mourad, (2005) tem bases em movimentações inerentes do tecido, manifestando várias amplitudes e proporções.

Permeando a estimulação dos mecanorreceptores da fáscia quando aplicado sobrecarga biomecânica do tecido mole, gera um reflexo de ampliação do fluxo sanguíneo.

Isso faz com que vá liberando as camadas faciais e reduzindo a tensão, levando a uma melhor funcionalidade das fibras musculares.

Oliveira, (2008) corrobora tudo isso, elucidando que o tratamento é realizado diretamente sem a aplicação de óleos, cremes ou máquinas.

Tudo isso para que assim permita ao terapeuta uma precisa detecção dos pontos onde se localiza as restrições faciais…

…amparando-o dessa forma para que ele possa saber a quantidade adequada de pressão aplicada, facilitando a liberação da fáscia com mais precisão.

Eletroterapia vs Acunpuntura nas desordens temporomandibulares

Carlsson et al., (1990) em seus estudos comprovaram que em pacientes com
cefaléia, o tratamento fisioterápico com associação de cinesioterapia e eletroterapia demonstrou mais eficácia do que a aplicação da acupuntura.

Para Grossmann et al.,(2012), a utilização da TENS em pacientes diagnosticados com DTM´s age principalmente no controle da dor crônica, bem como no relaxamento muscular do sistema mastigatório.

Quando há aplicação da TENS, essa por sua vez gera alívio da dor apresentando redução simultânea na atividade mioelétrica do músculo em repouso.

Cinesioterapia como analgesia

A cinesioterapia possui técnicas de analgesia, que inclui atividades de
relaxamento, bem como reeducação postural.

Isso leva a melhora significativa dos sintomas, principalmente em casos dolorosos, objetivado a fortalecer, alongar, promover a propriocepção e a coordenação da ATM, reeducando assim funcionalmente os componentes musculoesqueléticos do sistema estomatognático (Castro, 2011).

Laserterapia nas desordens temporomandibulares


Garcia e Oliveira (2011), relataram a laserterapia como uma opção muito usada, devido a obtenção de ótimas respostas nos quadros dolorosos da ATM.

Essa técnica apresenta emissão de luz coerente e monocromática unidirecional.

Existe a notória concentração de fótons, o que minimiza a algia e promove a melhora da função mastigatória, bem como nos processos inflamatórios presente nas camadas intraarticulares.

Massagem clássica em casos de desordens temporomandibulares.

Em seu estudo de caso Bastos et al, (2013) submeteram um paciente a 12
sessões de técnicas de massagem clássica e pompage que por exemplo foram executadas na seguinte sequência: deslizamento superficial; deslizamento profundo; amassamento e deslizamento superficial até a diminuição da tensão muscular.

Tal técnica apresentou eficácia no controle do quadro álgico da dor e ademais melhora no bem estar do indivíduo.

Conclusão do artigo de desordem temporomandibular

Conclui-se então que a DTM possui relação com casos de cefaleias primárias
preexistentes, que deixam o indivíduo propenso a alta carga de estresse, depressão, dentre outros fatores psicológicos.

Isso pode ocasionar principalmente a sua queda na produtividade profissional ademais de auto exclusão social.

Como conclusão, as terapias manuais auxiliam na redução do quadro doloroso, propiciando por sua vez melhora no bem estar do paciente, promovendo assim a reintegração do indivíduo no meio social.

Aporte da Alves Pilates no artigo de desordem temporomandibular

Só para ilustrar: sem querer alterar o conteúdo do artigo e com o intuito de melhorar ainda mais o mesmo queremos aportar mais conhecimento de novos estudos sobre o tema escrito.

Sistema nervoso e muscular na parte alta da coluna associado ao maxilar.

Existem estudos que afirmam com toda a certeza que o equilíbrio do corpo bem como os movimentos da cabeça são originados pelo posicionamento do crânio sobre a região cervical.

Isso vai determinando portanto a postura do indivíduo. Estando a articulação temporomandibular (ATM) diretamente relacionada com a região cervical e escapular através de um sistema neuromuscular comum, alterações posturais da coluna cervical podem acarretar em distúrbios na ATM e vice-versa.

Só para exemplificar: você pode ver um estudo completo sobre isso fazendo clic aqui no estudo sobre a importância da avaliação postural no paciente com disfunção da articulação temporomandibular

Exercícios de pilates para DTM

Sob o mesmo ponto de vista existem por exemplo alguns exercícios de pilates contemporâneo que servem para relaxar a musculatura posterior alta da coluna.

O pilates servirá como um complemento ideal em relação às outras modalidades de fisioterapia manual apresentadas anteriormente. Ademais servirá não somente para DTM mas também para bruxismo, neuralgia do trigêmeo e outros fatores relacionados à parte mandibular do corpo humano já que ao relaxar a parte posterior alta da coluna, relaxaremos todo o sistema neuromuscular que está relacionado. Colocamos um breve resumo pra vocês. Igualmente lembre-se de seguir todos os princípios do pilates nos seguintes exercícios.

Mat

Protração com magic circle

Inspirar na posição inicial em decúbito dorsal e expirar ao realizar protração (abdução escapular) apertando o magic circle.

Exercício de pilates magic circle para desordens temporomandibulares

Repare na altura que alcançam os ombros em relação ao mat:

close nos ombros em movimento de protração

Cadillac

Protração com barra Push Thru Bar

Repetir o mesmo movimento de protração do exercício anterior só que com a barra push thru do Cadillac.

Por analogia ao exercício anterior devemos notar um fato entretanto: aqui a força exercida deve ser a de retração (adução escapular) porque de conformidade com as açōes biomecânicas utilizadas, as molas devem “puxar” os braços pra cima (decerto que devemos usar molas pesadas).

Então os braços realizarão o movimento de protração escapular pela força empreendida pelas molas. Só pra ilustrar: sem nenhum esforço os braços são puxados pra cima. O esforço do exercício é o de trazer os hombros pra baixo.

mulher deitada no cadillac de pilates

Cadillac

Cat contemporâneo reverse criativo

O próximo exercício certamente tem uma fácil compreensão já que basta seguir as fotos abaixo mas acima de tudo lembre-se de projetar seus ombros em protração na posição 2.

mulher realizando exercício no cadillac pilates
Posição 1
Exercício de pilates cadillac para desordens temporomandibulares
posição 2

Foam Roller

Cat stretch

Podemos utilizar movimentos concêntricos e excêntricos mas dessa vez queremos destacar sobretudo a importância dos isométricos.

A princípio a idéia é aguentar acima de tudo uns 15 a 45 segundos nessa posição e repetir umas 3 séries pelo menos. De maneira idêntica aos outros exercícios anteriores, preocupe-se sempre de manter a protração.

Exercício de pilates roller para desordens temporomandibulares
Flexão de Coluna com Rolo

Chair

Preps to swimming

Com o intuito de alongar mas ao mesmo tempo fortalecer o sistema neuromuscular citado alguns parágrafos atrás, oferecemos esse exercício como opção final

Exercício de pilates chair
mulher em decúbito abdominal realizando exercício de pilates chair

Esperamos que esse artigo seja do seu agrado.

Carla Matheus Lopes

  • Fisioterapeuta, Pós Graduanda em Terapias Manuais pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
  • Educadora Física/ Professora da Universidade Federal de São João del-Rei/ Departamento de Ciências da Educação Física e Saúde (DCEFS)
  • Fisioterapeuta/Professora de Anatomia e Neuroanatomia do Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves (UNIPTAN).
  • Ademais é Fisioterapeuta/Professora da Universidade Federal de São João del Rei/ Departamento de Medicina (DEMED).
  • Instrutora da Innova Pilates

Dessa maneira queremos deixar nosso agradecimento a:

logotipo innova pilates

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